Centro Ciência Viva da Floresta

Bem-vindo ao charco

Em Agosto de 2018 o Centro Ciência Viva da Floresta iniciou os trabalhos de revitalização do “lago” situado à frente da esplanada do bar, com vista à sua valorização ecológica, estética e educativa. Conjuntamente com um novo charco construído no ano anterior na zona sudoeste do centro, a revitalização deste charco pretende dar um importante contributo para acolher uma vasta diversidade de novos habitantes destes ecossistemas, e ao mesmo tempo proporcionar uma estrutura pedagógica muito particular que complementa a exposição e as atividades desenvolvidas pelo centro.
Este charco permanente do centro foi revitalizado tendo por base as sinergias existentes entre os conceitos de energia solar fotossintética, a base para a elevada biodiversidade dos charcos, e o conceito de energia solar fotovoltaica, uma fonte de energia renovável que é aqui utilizada na circulação de água que melhora o funcionamento desta estrutura ecológica.
 

  • Um charco mediterrânico

    Os charcos resultam da acumulação de água, podendo esta estar parada ou possuir uma ligeira corrente, e têm uma área muito variável que pode ir desde uma poça com poucos metros quadrados até uma área que pode chegar a alguns hectares. Os charcos possuem na maior parte da sua extensão uma profundidade reduzida, permitindo que a luz solar penetre até ao fundo o que possibilita a existência de plantas em toda a sua área e correspondentemente de uma abundância de seres vivos.
    O período de tempo em que o charco possui água pode ser muito variável consoante a intensidade das chuvas e a constituição dos solos, sendo normal que durante o período mais quente e menos chuvoso os charcos mediterrânicos possam até secar. No entanto, para que proporcione condições favoráveis às diferentes formas de vida que deles dependem, deverão os charcos temporários ter água durante pelo menos quatro meses por ano.
    O charco do Centro Ciência Viva da Floresta foi preparado para ter níveis de água mais altos no inverno, mas baixos no verão, mas manter-se permanentemente com água.

    charco mediterraneo

    charco mediterraneo

  • Importância dos charcos

    Os charcos com menos de dez hectares espalhados por todo o mundo representam 30% da superfície mundial de água doce e são ecossistemas com elevada biodiversidade que por isso possuem elevado potencial não apenas ambiental, mas também social e pedagógico.

    Do conhecimento que atualmente possuímos da importância dos charcos para a sociedade, impõem-se a promoção de uma mudança de atitudes no sentido do reconhecimento, da revalorização e da preservação destes ecossistemas. No contexto atual de alterações climáticas, os charcos são reservas de água doce e de abrigo de biodiversidade, desempenham um importante papel ambiental e social como sumidouro de carbono, contribuem para o controlo de pragas, têm um elevado potencial agrícola e contribuem para a promoção da saúde pública.

    A sua presença em locais onde há escassez de água, como na região mediterrânica, permite a diversificação da paisagem e melhoria do bem-estar humano, assim como são importantes ligações ecológicas com outros habitats de água doce, albergando muitas vezes espécies de fauna e flora raras e ameaçadas.

    Do ponto de vista estético, estes espaços constituem um dos mais notáveis e singulares habitats de água doce na Europa constituindo um património cultural que reflete a relação entre o ser humano e o ambiente natural.

  • O que é melhor, um charco temporário ou permanente?

    Os Charcos Temporários Mediterrânicos, que chegam a possuir poucos centímetros de profundidade, passam por um ciclo periódico de inundação e de seca, o que lhes proporciona uma flora e fauna características que está particularmente adaptada a essa alternância. Por outro lado, os charcos permanentes permitem a existência de espécies que dependem da água durante todo o ano, assim como servir de local de alimentação e de disponibilidade de água para muitas espécies durante a época seca.
    Em ambos os tipos de charcos existem diferentes espécies que se adaptam às condições particulares de existência de água, de temperaturas e à disponibilidade de alimentos. A situação critica de falta de água durante algum tempo num charco pode ter um resultado positivo na redução de possibilidades de ser colonizado por animais invasores, uma vez que os períodos de seca dificultam em muitos casos a sua proliferação. 

  • O que podemos encontrar num charco?

    As formas de vida mais facilmente observáveis de um charco são as plantas, adaptadas à permanecia maior ou menor de água e à sua profundidade. Desde as plantas submersas, as aquáticas flutuantes, até às plantas de margem ou às plantas anfíbias, que se desenvolvem ainda submersas e florescem quando a água começa a desaparecer, todas vão ser suportes para a existência de outras formas de vida. 
    A flora aquática e o fitoplâncton (seres autotróficos) proporcionam condições para que animais de diversos grupos, tamanhos e quantidades possam aproveitar as condições extraordinárias de abundância de água, abrigo e alimento para aí viverem e reproduzirem. Nos charcos encontramos diversas espécies de anfíbios, répteis, mamíferos, aves e invertebrados, constituindo uma teia alimentar complexa, mas crucial para a existência de algumas espécies pouco comuns e de distribuição restrita no nosso país, bem como de várias espécies que contribuem diretamente para o nosso bem-estar. 

    charco mediterraneo

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