“Petróleo Verde | Floresta de Equívocos” é o nome do mais recente livro que João Soares irá editar no próximo mês de Abril. Com uma vasta experiência no sector florestal, desemprenhou as funções de Secretário de Estado das Florestas no XV Governo Constitucional e é consultor em assuntos da fileira florestal junto de diversas entidades nacionais e internacionais, nomeadamente o Banco Mundial, a Comissão Económica para a Europa, das Nações Unidas e a União Europeia.
João Soares – engenheiro agrónomo de formação – ocupou cargos como presidente do Instituto dos Produtos Florestais, Diretor-geral das Florestas, Vice-Presidente da Comissão Europeia das Florestas da FAO, Presidente da Emporsil - Empresa Portuguesa de Silvicultura, Diretor Florestal da Soporcel, Assessor da Administração do grupo Portucel Soporcel para as questões da Floresta, do Ambiente e da Sustentabilidade, entre muitos outros.
Na conferência «Floresta e Território» irá participar no painel “A rentabilidade do pinheiro bravo” e o tema da sua apresentação é:
Na sua apresentação o autor procurará explicar o título da comunicação usando, entre outras, reflexões “antigas”, hoje atuais e bem mais preocupantes, como a que a seguir se transcreve, a título de exemplo:
“O que se passa no pinhal, isso sim, é que o fogo obriga muitas vezes à remoção e à utilização industrial precoce de povoamentos adultos, mas que ainda não estariam em idade de corte, e a Natureza (ou o Homem) vêm substituindo esses povoamentos de alto valor madeireiro por povoamentos jovens de (ainda) baixo valor lenhoso. Outro problema, bem mais grave, ocorrerá se novos fogos percorrerem os jovens pinhais, antes de eles poderem produzir a semente necessária à sua regeneração. Daí a obrigatoriedade de intervir no renovo da regeneração natural, de modo a converter matagais com pinho bastio, em verdadeiros povoamentos de pinheiro bravo. Esta é – ou devia ser - a grande preocupação da fileira florestal, que tem no pinho a sua principal fonte de matérias primas, seja a serração, seja a indústria dos produtos resinosos, seja ainda a indústria dos painéis de madeira, cuja vocação é transformar material lenhoso menos nobre oriundo de desbastes e de desperdícios da exploração florestal e não utilizar madeira resultante de cortes extensos e prematuros de povoamentos jovens”.
In Discurso do Autor enquanto DGF, em 21 de Março de 1990